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Cotidiano

Aos seguidores fantasmas do Blog, estou muito atarefado com o final de período na faculdade, mas morrendo de vontade de publicar alguns artigos aqui. Assim que puder colocarei um material sobre cicloativismo e umas indicações leitura e filmes!

Do coccix até o pescoço

O álbum de 2002 da sensacional Elza Soares já tinha sido me indicado pelo meu caro Flávio (Castro), mas só hoje ele se tornou novo para mim. Falar de Elza e de sua voz singular é chover no molhado, sua voz é ponto de referência. Mas o que chama a atenção neste álbum são as misturas de samba, rap e MPB que ficaram espetaculares.



O álbum tem uma temática social muito bacana, em várias faixas fala da pobreza e dos problemas raciais no Brasil. Suas composições são de mestres da música como Chico Buarque, Arnaldo Antunes, Caetano Veloso e Jorge Ben. Vale a pena conferir a grandiosidade deste álbum que nada mais é que um amálgama cultural de batidas eletrônicas e batidas acústicas (MPB), povo brasileiro e cotidiano. É o Brasil cantado.

Estado Laico?

TEXTO PUBLICO NO: JORNAL "O POPULAR" Nº 214 EM 09/11/2010 E TAMBÉM NO "JORNAL AGORA" Nº 9.973 EM 20/10/2010


Há 120 anos, desde a Proclamação da República, o Estado no Brasil passou a ser laico. Isto significa que nenhum setor estatal pode manifestar algum apreço religioso. Esta lei vigora até hoje, e está bem clara no artigo 19 do Constituição vigente (de 1988). O seu princípio básico é o da liberdade religiosa e de credo para todas as pessoas da Nação. O próprio nome república (do latim “coisa pública” ou soberania que emana do povo) já nos informa que o país é de todos, por isso têm direitos iguais desde cristãos até maometanos. Quem é que não acha justo ter liberdade de escolha? Por isso nos vem algumas perguntas: porque no Brasil forças conservadoras lutam para que objetos e ritos religiosos ocupem o espaço público? Será que o Estado brasileiro é realmente laico?
Existem perigos no Estado que adere leis canônicas. Ainda no século XVI, com a Reforma Protestante, Martinho Lutero alertou sobre os problemas relacionados à adoção deste direito. Estas leis baseadas na religião se pautam em dogmas e verdades históricas absolutas, tirando assim a opção de escolha da cada indivíduo. É gritante a intolerância religiosa nos países do Oriente Médio, em que Estado e religião são indissociáveis. A comunidade precisa de regras baseadas na racionalidade, e que sejam mutáveis para que possam acompanhar a dinâmica humana e assim atingirem a realidade. Exemplos de leis canônicas ultrapassadas e que são para a sociedade de hoje um atraso são vários, principalmente as vindas do Vaticano: proibição de preservativo e métodos anticoncepcionais é uma delas que não se adequaram à realidade e hoje trazem problemas como proliferação da SIDA e o descontrole populacional. Poderíamos ainda trazer à tona a questão do casamento homossexual.
Ainda que o Brasil não esteja próximo de um retrocesso em que público e sagrado se misturaram na forma de leis, o uso de imagens, crucifixos, livros sagrados, entre outros, dentro de repartições públicas são constrangedores a pessoas que não adotam um credo dominante (no nosso caso, o cristão). Uma Câmara Municipal, uma Assembléia Legislativa ou uma escola é a casa do povo, onde todos devem ter o mínimo de respeito, e para isso deve-se evocar a neutralidade. Antes de ser um ato contra determinada religião, é antes de tudo o apelo pela liberdade plena de escolha e de direitos para todos os cidadãos. Embora um político tenha sido eleito por uma parcela da população, no poder, ele deve zelar por todos, e não somente por seus eleitores. O uso destes objetos em locais públicos é negar a essencial democrática. Isso parece óbvio, mas ainda é pouco respeitado no Brasil. Em países ocidentais que se orgulham e prezam pelo republicanismo, como a França, nem mesmo o ensino religioso é permitido dentro das escolas.
Que cada um exerça sua religião dentro de seus espaços e que respeitem a opção do próximo. È para isso que existem templos e nichos. Vão até eles os fiéis ávidos de seus deuses. Precisamos reafirmar cada dia mais a nossa opção pelo Estado republicano e laico, e assim reafirmar nosso direito de liberdade. E precisamos mostrar às próximas gerações de brasileiros que cada um tem direito à liberdade plena. Liberdade de crer ou não crer, de se associar ou desassociar, de manifestar e que ninguém possa se opor ao exercício deste direito. Opor-se a isto é negar a democracia, a liberdade, a república e a tolerância religiosa. As religiões se divergem entre si, mas até hoje nunca vi alguma que pregue o desrespeito. Por isso vamos começar a praticar o princípio de todas as religiões: O RESPEITO PELO PRÓXIMO.


Percepções de um apreciador

TEXTO PUBLICO NO: BLOG "FESTA NA HISTÓRIA": www.festanahistoria.blogspot.com em  23/09/2009


No Congado, quando os tambores começam a rufar e um canto enraizado ecoa da garganta, o coração de quem acompanha o cortejo parece bater ritmado. Seja para o devoto ou para um mero apreciador cultural, acompanhar um ritual assim nos faz refletir. O ato apaixonado de cada congadeiro, em seu momento sublime, faz transparecer as ligações culturais com suas raízes.
Ao apreciar a Festa da Nossa Senhora do Rosário, em Oliveira-MG, comecei a perceber – empiricamente - como a cultura afro-brasileira é rica e como é dada pouca importância a ela. Do ponto de vista humanitário, é de nos deixar indignado como existiram – e existem – povos que se dizem civilizados e superiores e tentam acabar com essa cultura. Ao longo da história tivemos vários exemplos desta intromissão cultural, em que o europeu, branco e cristão tentou exterminar o que não era de seu interesse ganancioso. Não só os negros sofreram com esta barbárie. Índios, judeus, homossexuais, mulheres e até mesmo, animais sofreram – e sofrem. É inimaginável contar quantas riquezas perdemos ao longo do tempo. No auge deste discurso romântico, é abissal ver que a História, neste caso, nem sempre funcionou como mestra da vida. Mesmo com tantas lições continuamos a nos vender culturalmente a troco de mercadorias enlatadas.
Infelizmente, é impossível transpor todas as emoções e lições que tive ao acompanhar aquela expressão cultural que não conseguimos comprar no pacote da tv a cabo. Portanto, segue trecho de uma música que é cantada na porta da igreja, evocando o tempo em que não era permitido ao negro entrar nos templos religiosos:
...
Branco entrava pra Igreja
Nego cá fora ficava
E se nego reclamasse
De chiquirá ele apanhava


E se nego reclamasse
De chiquirá ele apanhava
Nego só ia rezar
Quando na senzala chegava 


Planeta Febril

TEXTO PUBLICO NO: JORNAL "GAZETA DO OESTE" Nº 1.176 EM 27 DE FEVEREIRO DE 2009 E TAMBÉM NO "JORNAL AGORA" Nº 9.505 EM 28 DE MARÇO DE 2008


A Terra está em alerta! Salve-se quem puder - ou melhor, nos salvemos em união. Foi acionado o botão vermelho e tocada a sirene de aviso: temos menos de cinqûenta anos para reduzir pela metade a  emissão de gás carbono céu acima. Se isso não acontecer, nós, Homo sapiens (sapientes ou não) e toda a biodiversidade estará fadada a morrer engolindo "sacos de fumaça", feitos em entrega delivery nos nossos cômodos domicílios, ou quem sabe, faremos, todos, parte um cozido humano, preparado pelas ações inversas de nossos modernos ares-condicionados.

Acomodados com as facilidades trazidas pela tecnologia, esquecemos quase sempre, que o planeta está doente, está febril. Os dinossauros foram alvos de extinção há milhares de anos, mas agora, o alvo é uma espécie chamada Homem. É comum vermos na televisão, propagandas emotivas de ongs. Essas chamadas martelam e ecoam em nossas mentes, e nos fazem refletir (às vezes não) sobre o nosso futuro, e infelizmente desaparecem feito mágica quando o próximo bloco da novela ou do filme hollywoodiano recomeçam. Filmes e novelas estes que consomem toneladas e toneladas de materias, que ao fim da produção se tornarão quase todos lixo, mero lixo, contribuindo para que sejamos traídos pela nossa própria hipocrisia.


As soluções? Ora! Essas são várias: trocar o carro pelo transporte coletivo ou pela bicicleta; não jogar lixo na rua; fazer coleta seletiva; não queimar; não desmatar; plantar árvores; tratar o esgoto da cidade; consumir menos; optar por produtos biodegradáveis e com menos embalagens... São todas soluções primárias e estão ao alcance de todos. Mas, quando estas soluções ameaçam o conforto individual, surgem então as célebres frases: "que se dane a sustentabilidade", "quando o mundo acabar, não estarei mais aqui", "sozinho não posso fazer nada", e a displicência humana põe em cena a sua condenação.


São Paulo tem  expectativa de vida menor em relação a outras regiões do Brasil em 1,5 anos devido á poluição. Um ser humano consome em média 3,5 quilos de lixo por dia, o mundo aquece cada ano mais e o caos se estampa pouco a pouco (ou talvez depressa demais). Qual será nosso fim? Quanto tempo demorará para chegarmos ao fim? Quando vamos realmente nos conscientizar do tamanho do problema? Não é utopia achar que se esta atitude começar de você, de mim, ou do seu vizinho o mundo estará menos febril, menos enfermo. Levante, pense, comece!



Democracia: utopia ou transvestimento?

TEXTO PUBLICADO NO: "HISTÓRIA: BOLETIM INFORMATIVO" Nº 7 EM ABRIL DE 2008.


Fico a pensar: "vivemos em um país de regime democrático?". Acho que não! E, em uma reflexão menos simplista, vejo que vivemos em uma oligarquia disfarçada com rótulo de democracia. Tudo "para inglês ver", ou usando um jargão em termos tupiniquins: "para brasileiro desinformado acreditar".

A palavra democracia surgiu na Grécia Antiga, mais especificamente em Atenas, por volta do ano 505 a.C e significa "poder da maioria". Também na Grécia Antiga, o modelo político foi inventado. Os gregos eram um povo realmente preocupado e participativo nas questões políticas (sorte deles, que naquela época não existiam a política de "pão e circo" ou o Big Brother Brasil, para infectar as mentes das massas e massacrá-las), participar do senado era bem mais que um dever, mas, também, uma questão de status social. Porém, estes povos eram excludentes e, não aceitavam qualquer um como cidadãos (somente cidadãos tinham direitos políticos). Mulheres, escravos, estrangeiros, pobres e crianças não eram aceitos no senado. Este grupo representava a grande maioria da população; nascia, então, a grande falha da democracia grega: no governo das maiorias, somente alguns (os melhores ou os aristóis (aristocratas) tinham direitos efetivos no poder.


Trazemos agora para o atual: Brasil, século XXI, ano 2008. Nós brasileiros, maiores de 16 anos, homens, mulheres, homossexuais e indefinidos, independentemente da condição social e religiosa, temos o direito de nos candidatar e/ou votar no nosso político, que dizem ser "nosso representante". Tenham certeza e a "santa paciência", meus representantes eles não são, mesmo que eu tenha votado neles. Alguém que lhe apresenta propostas belamente maravilhosas e depois lhes rouba o dinheiro público para comprar tapioca o representa? A mim não!


Nosso processo eleitoral é referência em várias partes do mundo por não haver grandes possibilidades de fraudes e pela rapidez, mas, mal sabem os gringos que, com a mesma agilidade com que as urnas eletrônicas nos dão os resultados, os candidatos eleitos se corrompem, e jogam sua idoneidade da pré-eleição água abaixo. As propostas, planos e projetos que beneficiariam os pobres, são agora, meras imagens de segundo plano.


Escolhemos nossos candidatos, não é? E agora?... Somos obrigados a aturá-los por quatro anos, com todas as suas falcatruas e pilantragens? Não, não somos! Existem inúmeras possibilidades de tirarmos do poder esses picaretas. O que nos falta é vontade. Aos políticos desonestos ficam as perguntas: E os direitos da maioria? E as propostas que beneficiariam as pessoas pobres? E as reformas favoráveis ao povo? Aos brasileiros, contudo, a massa brasileira: Cadê a vontade do brasileiro de lutar? Até quando assistiremos a tudo? Não nos deixemos que frases midiáticas como "sou brasileiro e não desisto nunca" nos façam acomodados e palhaços. Palhaços espectadores de si mesmos!

Henfilismo declarado

Que as dinâmicas humanas ao longo do tempo são uma das minhas paixões ninguém duvida. Mas o que estou descobrindo agora é que um tal de Henfil tem se tornado um grande hobbie (um hobbie sério). Por isso resolvi fazer o projeto de pesquisa como TCC do meu curso sobre a influência desse cara em um dos períodos mais drásticos do Brasil. A Ditadura.

Como essa página serve pra escrever qualquer bobagem que diga ao meu respeito, vou dar espaço pro “Henfilismo” aqui.

Para quem não sabe, Henfil nasceu em Minas Gerais (região metropolitana) e foi um cartunista super influente na sociedade brasileira entre as décadas de 60 e 80. Infelizmente, tudo que é bom dura pouco. E o cara morreu de SIDA devido a uma transfusão de sangue feita num desses hospitais precários que temos. Era hemofílico, assim como seus outros dois irmãos (um deles era o Betinho, Herbert de Souza). 


Henfil era possuidor de um humor tragicômico e ácido, vivia zombando da péssima qualidade de vida dos brasileiros mais pobres durante esse período. Era rir da desgraça. Mas neste caso, não era a desgraça alheia, pois sua família era de origem humilde e seu irmão sofreu maus bocados nas mãos de militares. Começou sua carreira desenhando sobre futebol, assim, criou vários mascotes e apelidos para as torcidas de Minas e do Rio. Os mais famosos ficaram sendo o Urubu (Flamengo) e o Pó de Arroz (Fluminense). Depois que Henfil começou a desenhar igual gente grande, passou a atuar no humor político. É pai de personagens como Graúna, Bode Orelanas, Zé Ferino, Fradim, Ubaldo, e por aí vai... Teve muito general incomodado com Henfil, pois o danado escrevia e desenhava para os maiores jornais do Brasil, entre eles o famoso O Pasquim.

Enquanto hoje, temos jornalistas interessados no próprio umbigo, é triste saber que já não existem mais Henfil´s e Hezorg´s.